O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra alerta para mais um massacre que pode ocorrer em São Gabriel, onde 450 sem terra ocupam as fazendas da Família Antoniazzi. A Brigada Militar prossegue com a barreira que impede a entrada de comida no acampamento desde a semana passada. O alimento já está escasso, representando um grande problema principalmente às crianças.
Os policiais também dificultam a saída de pessoas doentes do acampamento. As poucas pessoas que, depois de muita insistência, conseguem ir ao hospital da cidade, ainda são interrogadas por policiais no próprio hospital, que querem saber quem são as lideranças etc. As famílias estão em um verdadeiro presídio a céu aberto.
Mesmo após um despejo violento em que um policial assassinou um trabalhador sem terra em 21 de Agosto na Fazenda Southall, em São Gabriel, a Brigada Militar não muda a maneira truculenta de agir e continua a reprimir as famílias. Da mesma forma, por meio da força policial o governo estadual continua a criminalizar os movimentos sociais e governo federal, Incra e Ministério do Desenvolvimento Agrário não fazem a reforma agrária.
O MST responsabiliza os governos estadual e federal pelo que possa acontecer em São Gabriel e também em Porto Alegre, onde os sem terra estão com ameaça de despejo iminente do Incra. As famílias irão permanecer nos locais porque suas reivindicações não foram atendidas.
As reivindicações das famílias acampadas são legítimas. Afinal, duas mil famílias vivem hoje em beira de estrada no RS querendo trabalhar e produzir alimentos. O MST exige que o Incra retome as negociações para a desapropriação das Fazendas Antoniazzi, onde podem ser assentadas 400 famílias. Os sem terra também querem que o Incra desaproprie mais áreas a fim de assentar todas as famílias acampadas no estado. Para isso, o MST exige mudanças na política de aquisição de terras para a reforma agrária no RS.
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