As Reformas do Ensino nos Anos 60 e 70
Por Alissa GottfriedEm meio ao cenário economico e politicamente crítico que marca o fim dos anos 50 no Brasil, uma interrupção no processo de elaboração das "reformas de base" é imposta pelo regime militar que surge instaurando inúmeras medidas ditatoriais assim como a subordinação da educação à um instrumento manipulador de massa, capaz de comportá-la estratégicamente ao processo de adaptação econômica de política capitalista imposta ao país, para consolidar a estrutura de capital humano indispensável a fim de garantir o desenvolvimentismo e o continente contra o socialismo.
Envolvendo então todos os setores ligados à educação, à acordos com os Estados Unidos como o relatório de ATCON e o MEC-USAID (projeto expanssionista norte-americano), que empobreceu a quelidade do ensino brasileiro vinculando a educação ao mercado de trabalho, modernização de hábitos de consumo, integração da política educacional dos planos gerais de desenvolvimento e segurança nacional, defesa do estado, repressão e controle político-ideológico da vida intelectual e artística do país. De modo que por meio de decretos leis, envolvendo inclusive o movimento estudantil, garantissem o controle político-ideológico da sobre a educação escolar em todos os níveis e esferas.
Como exemplo de desqualificação pela quantificação foi a fusão dos antigos cursos primário e ginásio, que diminui os níveis de exigência; Também foi reduzido drasticamente os recursos para educação, desvio do salário dos educadores para a construção de prédios escolares atendendo a interesses políticos e na subsidiação do ensino privado.
Já o segundo grau perde seu perfil propedêutico ao aliar a função formativa à função profissionalizante, afastando do ensino de filosofia, sociologia e psicologia, introduzindo disciplinas supostamente profissionalizantes e diminuindo a carga-horária das disciplinas de formação básica dificultando com essas medidas o ingresso no ensino superior.
Com a crise econômica em meados dos anos 70 a escola perde parte do papel que possui até então no projeto desenvolvimentista e tecnocrático e passa a servir no plano do discurso como instrumento para atenuar, em curto prazo, a situação de desigualdade regional e de pobreza geradas pela cruel concentração da renda decorrente do modelo econômico capitalista.
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