[Tempo estimado de leitura: 16 minutos]
'Carta Rede Social', ex-'Carta Capital Social' (e antiga 'Carta DLIS') é uma comunicação pessoal de Augusto de Franco enviada quinzenalmente, desde 2001, para mais de 5.000 agentes de desenvolvimento e outras pessoas interessadas no assunto, de todo o Brasil.
O curso em tela, que tem como título "Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade", está sendo promovido pela Rede de Participação Política do Empresariado – articulação apartidária impulsionada pela FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) em parceria com a FACIAP (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná). Se você quiser maiores detalhes sobre a Rede de Participação Política do Empresariado, por favor clique no link abaixo:
http://augustodefranco.locaweb.com.br/cartas_comments.php?id=132_0_2_0_C
O novo curso será totalmente à distância, usando um livro texto inédito e um software de educação à distância no qual o aluno avançará de acordo com os conhecimentos que adquiriu. Cada sessão será corrigida pelo próprio sistema, dando acesso (ou não) à sessão seguinte.
A duração será de 30 semanas com carga horária estimada de 120 horas. A primeira turma, como disse, começa no dia 15 de novembro (uma boa oportunidade para aproveitar as férias ou o recesso de fim de ano).
Haverá um investimento por parte do aluno no valor de R$ 100,00 (cem reais). Trata-se, obviamente, de um valor apenas simbólico. Nenhum curso de 6 meses tem esse preço. Sobretudo porque estão incluídos no "preço" simbólico um livro de quase 400 páginas e uma senha para acessar o sistema, além do certificado de conclusão. Isso significa que a mensalidade cairá para algo em torno de 8 reais e ainda por cima sem taxa de inscrição! Trata-se, como se pode ver, de uma medida para assegurar o compromisso do aluno. E para estimular à conexão à Rede de Participação Política do Empresariado (que é uma condição para se inscrever no curso).
Mas o mais importante aqui é o conteúdo do curso, que também é inédito, como você pode constatar lendo o programa abaixo:
PROGRAMA DO CURSO
Introdução – Os 5 desafios para reinventar a política do ponto de vista da sustentabilidade
Módulo 1 – A democracia que temos e a democracia que queremos
- A democracia ideal e a democracia realmente existente.
- O atual sistema representativo no Brasil: virtudes e vícios.
- A reforma política: necessidade, impasses e limitações.
- O papel da sociedade civil na reforma da política: o setor empresarial, as organizações da sociedade civil e a imprensa.
- O novo papel das redes voluntárias de participação política cidadã.
- As oportunidades abertas pelo pleito de 2008.
Módulo 2 – Pactos pela democracia local em prol do desenvolvimento
- Relações entre democracia e desenvolvimento.
- Indução do desenvolvimento (humano e social sustentável): desenvolvimento local | Desenvolvimento de organizações (sustentabilidade organizacional).
- Sinergias entre Estado, mercado e sociedade civil na promoção do desenvolvimento.
- Metodologias de indução do desenvolvimento humano e social sustentável por meio do investimento em capital social.
- Sistemas de Avaliação e Monitoramento de programas de desenvolvimento local.
- Pactos pela democracia local em prol do desenvolvimento como oportunidades de reinvenção da política em âmbito municipal e regional.
Módulo 3 – Articulação e animação de redes distribuídas de pessoas
- Relações entre democracia e redes sociais distribuídas.
- Explorações no universo das conexões ocultas que produzem o que chamamos de 'social'.
- As redes sociais e a emergência de uma nova política.
- Netweaving (construção e animação de redes sociais distribuídas, P2P): redes de desenvolvimento | Redes de governança e redes de participação política.
Módulo 4 – A Web 2.0 e a wikinomics, a Web 2.1 e a blogosfera: conseqüências políticas
- A blogosfera como rede social distribuída e as novas formas de democracia: a chamada netocracia e o conceito de pluriarquia.
- Processos e mecanismos de cyberdemocracy, Deliberative Polling, Governança virtual compartilhada.
- A chamada 'Era Wiki' (Wikipedia, YouTube, Flickr, MaySpace, Second Life) e as conseqüências políticas do peering (colaboração ampliada), do compartilhamento e das comunidades de prosumers.
- Como participar da blogosfera e de outras redes distribuídas ensejadas pela 'Era Wiki'.
- A Web 2.0 (Picasa, Google Vídeo, Weblogs.com, Twitter, Digg, Meneame) e a Web 2.1 (Picnik, Jumpcut, Feevy, Mugshot, Corank).
- Os movimentos políticos da web (MoveOn), a blogosfera política (InstalPundit) e como expandi-los.
Módulo 5 – Movimentos pela Alfabetização Democrática
- O conceitos-chave da alfabetização democrática: a aceitação da legitimidade do Outro | A inexistência de uma Verdade política | A política como arte e não como Ciência | A liberdade e a valorização da Opinião | A política democrática como o oposto da política como continuação da Guerra por outros meios | A política democrática como questão de modo e não como questão de Lado | Democracia e Paz | A Liberdade como sentido da política | A democracia como regime das minorias e não como regime da Maioria | As fontes da Legitimidade democrática | A tensão entre Desigualdade social e igualdade política | A Demagogia como elemento subversor da democracia | A democracia sob ataque diante da noção de Hegemonia | As alianças | O Vencedor não pode levar tudo | A Votação e as outras formas de decisão política | A transitoriedade das Regras da democracia | A Centralização autocrática | A legitimidade da Desobediência política | Por que não se pode democratizar a sociedade sem democratizar a Política | O processo de Democratização | A democracia como um Deixar aprender | A democracia como Topia e não como utopia.
- Como organizar movimentos pela alfabetização democrática nas escolas e universidades, nas organizações da sociedade civil, nas empresas e nas instituições estatais.
- Articulação Política (regulação democrática de conflitos): formação teórica e prática de Empreendedores Políticos.
Módulo 6 – As relações entre democracia e sustentabilidade
- Conceitos de Sustentabilidade e o chamado Triângulo da Sustentabilidade: Desenvolvimento, Redes Sociais e Democracia.
- Sustentabilidade e responsabilidade social: a Organização como agente de desenvolvimento | Gestão de stakeholders | A organização com uma Causa | Da responsabilidade social para a Responsabilidade Política.
- Como elaborar, executar, monitorar e avaliar programas de sustentabilidade.
COMO FAZER SUA INSCRIÇÃO NO CURSO
Para fazer sua inscrição clique no link abaixo.
www.fiepr.org.br/redeempresarial/Research2141content34853.shtml
Se você quiser saber mais sobre a conteúdo do curso, leia o texto abaixo.
SOBRE O CONTEÚDO DO CURSO
Reproduzo abaixo uma parte do folheto de divulgação do curso "Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade".
Os 5 desafios para reinventar a política do ponto de vista da sustentabilidade
O conceito de sustentabilidade não se aplica somente ao mundo natural, aos diversos ecossistemas terrestres e ao ecossistema planetário. A palavra sustentabilidade ficou identificada com o ambientalismo porquanto foi estudando os sistemas naturais que percebemos pela primeira vez a incrível capacidade de conservação da adaptação e da organização que caracteriza os sistemas vivos (sejam organismos, partes de organismos ou ecossistemas). Nos últimos vinte anos, entretanto, percebemos que a sustentabilidade não é apenas uma dimensão ambiental (no sentido do meio ambiente natural) do desenvolvimento e sim o novo nome do próprio desenvolvimento sob uma perspectiva sistêmica (englobando todas as outras dimensões, inclusive a social).
Percebemos que a chamada "teia da vida" era uma estrutura capaz de regular as mudanças de modo a contribuir para a sustentabilidade não porque era um sistema biológico e sim porque era um sistema complexo adaptativo, organizado em rede. Ou seja, começamos a perceber a existências de relações intrínsecas entre os padrões de organização em rede e os processos de sustentabilidade. E percebemos ainda, no tocante às sociedades e às organizações humanas, a existência de um nexo entre as mudanças sociais que interpretamos como desenvolvimento, as redes como padrão de organização e a democracia como modo de regulação de conflitos. A democracia começou então a ser compreendida como uma espécie de "metabolismo" próprio de redes sociais distribuídas.
Assim, quando a sustentabilidade emerge como o grande tema contemporâneo, não é apenas em razão dos perigos iminentes, que ameaçam nossa sobrevivência como espécie – como o aquecimento global – causados, em parte, pela falta de preservação ou de conservação dos recursos naturais. O desafio da conquista da sustentabilidade entra na pauta das sociedades como uma espécie de síntese de outros desafios que têm a ver com os padrões de organização e de convivência social. Sociedades só se transformarão em comunidades sustentáveis na medida em que seus padrões de organização e de convivência social forem capazes de constituir ambientes favoráveis ao desenvolvimento humano e social, o que depende – não há como negar – da maneira como as pessoas interagem e de como regulam seus conflitos. De sorte que hoje já podemos afirmar que a sustentabilidade das sociedades humanas é o novo nome do desenvolvimento, uma característica do padrão dinâmico de rede e, ao mesmo tempo, um dos efeitos do processo de democratização.
A política democrática é, portanto, um dos componentes do que chamamos de sustentabilidade. É claro que essa política voltada para a sustentabilidade não é bem aquela que ainda é praticada no nosso velho sistema político, mas sim uma nova política que já pode ser reinventada pela sociedade contemporânea neste início do século 21.
Se você quiser saber mais sobre as relações entre democracia e sustentabilidade, faça sua inscrição no curso de formação política "Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade" clicando no link abaixo:
www.fiepr.org.br/redeempresarial/Research2141content34853.shtml
Não é necessário fica relembrando aqui os problemas da velha política. Todos nós conhecemos muito bem tais problemas. O mais importante a assinalar agora é que as pessoas já estão concluindo, com razão, que o atual sistema político não mudará a partir dos esforços feitos apenas no seu interior. Para mudar o velho sistema político é necessário exercer uma pressão "ambiental", de fora para dentro. Ademais, é necessário introduzir na cena pública, de baixo para cima, novos atores políticos com a experimentação de novas formas de participação dos cidadãos: ensaiando e disseminando inovações políticas, articulando e animando redes cada vez mais distribuídas e capacitando uma nova geração de agentes convencidos da democracia como valor e dispostos a encarar o desafio de reinventar a política tendo em vista as exigências da sustentabilidade. Tudo isso coloca cinco desafios para reinventar a política.
DEFENDER A DEMOCRACIA
O PRIMEIRO DESAFIO É não abrir mão da defesa da democracia realmente existente e das instituições do Estado de direito, não deixar de participar da vida política do país e da localidade onde vivemos e não desistir de lutar pela democratização do velho sistema político. A democracia que temos é condição necessária (embora não suficiente) para alcançar a democracia que queremos. Em outras palavras, não é possível democratizar a democracia em autocracias, mas apenas no interior de regimes formalmente democráticos e essa é a grande contribuição da tradição liberal.
Tudo isso implica vigilância democrática, resistência democrática e, também, luta democrática nos termos em que está colocada a disputa. Assim, apesar de todos os seus defeitos e limitações, é necessário defender a democracia que temos contra os que querem usá-la instrumentalmente para restringir as liberdades.
Se você quiser saber mais sobre a defesa da democracia, faça sua inscrição no curso de formação política "Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade" clicando no link abaixo:
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CELEBRAR PACTOS PELA DEMOCRACIA LOCAL EM PROL DO DESENVOLVIMENTO
O SEGUNDO DESAFIO É experimentar e disseminar inovações políticas que já podem ser ensaiadas em pequena escala, sobretudo na forma de pactos pela democracia local capazes de viger em redes comunitárias e setoriais de desenvolvimento. Nas comunidades de projeto – articuladas em rede – estão ocorrendo as mais notáveis inovações políticas democratizantes da atualidade.
Desde que existam democracia representativa e Estado de direito, é possível ensaiar em pequena escala (e, talvez, replicar em ampla escala) inovações políticas democratizantes. Organizações governamentais, empresariais, sociais e, inclusive, cidadãos individualmente podem fazer parcerias em prol do desenvolvimento de setores e localidades baseados na livre pactuação de novas regras democráticas que, por um lado, coíbam a centralização, o partidarismo, o assistencialismo e o clientelismo (que constituem, na esfera pública, as principais práticas exterminadoras daquela confiança social necessária para criar ambientes favoráveis ao desenvolvimento humano e social sustentável) e, por outro lado, estimulem a descoberta de ativos endógenos e o investimento em potencialidades locais, promovam o voluntariado, impulsionem o empreendedorismo individual e coletivo e o protagonismo das populações. Essa é uma maneira viável de mudar a política de baixo para cima, estabelecendo novas práticas democráticas na base da sociedade, que tenham a ver com o quotidiano dos cidadãos.
Se você quiser saber como induzir processos de desenvolvimento baseados em pactos pela democracia local, faça sua inscrição no curso de formação política "Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade" clicando no link abaixo:
www.fiepr.org.br/redeempresarial/Research2141content34853.shtml
ARTICULAR E ANIMAR REDES DISTRIBUÍDAS DE PESSOAS
O TERCEIRO DESAFIO É articular e animar redes (netweaving) – conectando pessoas-com-pessoas, com o grau máximo de topologia distribuída que for possível alcançar – independentemente do objetivo dessas redes.
Não se trata necessariamente de 'redes digitais' e sim de 'redes sociais'. Não se pode enfrentar tal desafio promovendo algum tipo de guerrilha na rede (pelo computador) ou ficar sem candidatos nas eleições e disparando spams. Trata-se de abrir mão de replicar formas organizativas piramidais, verticais, baseadas no fluxo comando-execução. Ou seja, ao invés de engordar a velha burocracia corporativo-partidária e a nova burocracia associacionista (das ONGs, inclusive), apostar nas redes de pessoas, que conectem os 'cidadãos-desorganizados', uns com os outros, em prol de objetivos comuns, expandindo uma nova esfera pública não-estatal. Trata-se de mostrar, na prática, que o cidadão pode, sim, fazer política pública, que a sociedade pode tomar iniciativas coletivas, aumentando o seu protagonismo e o seu empreendedorismo.
Essas não são coisas ideais, irrealizáveis. O desafio colocado aqui é o de mudar a forma como nos comportamos política e administrativamente em termos orgânicos. Trata-se de mudar a matriz de projetos, programas e ações governamentais e não-governamentais em todos os níveis. Tudo ou quase tudo que organizamos atualmente a partir do padrão- mainframe, pode ser reorganizado segundo um padrão-network, desde um programa de alfabetização de jovens até uma organização política. Podemos fazer isso até sem computador. Já existem (no Brasil) 104 milhões de telefones celulares, já existe há muito tempo o telefone fixo e o Correio. E, sobretudo, já existe – há milhares de anos – a possibilidade de diálogo em um encontro presencial. Assim, no caso das redes, não é o meio tecnológico que faz o "milagre" e sim o modo de conexão e o grau de conectividade. Até com sinais de fumaça é possível democratizar procedimentos, ampliar a freqüência e a base de consultas de opinião, incorporar pessoas como sujeitos e transformar público-alvo e beneficiários em participantes voluntários. Se não o fazemos não é por efeito de qualquer "exclusão digital" e sim por força de uma cultura política e organizativa autoritária, hierárquica, sacerdotal e, em grande parte, autocrática.
Se você quiser saber como articular e animar redes distribuídas de pessoas, faça sua inscrição no curso de formação política "Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade" clicando no link abaixo:
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EXPANDIR A BLOGOSFERA
O QUARTO DESAFIO É contribuir para expandir a blogosfera, quer inaugurando nosso próprio blog, quer ajudando outras pessoas a adquirirem essa efetiva condição de inclusão digital, quer criando ambientes interativos e programas que sirvam para agregar blogs por temas de interesse.
A chamada blogosfera – o conjunto crescentemente interconectado de todos os blogs: abreviatura de weblogs, sistemas de publicação de conteúdos na web que segue a estrutura post-link-comentário – constitui realmente, como observou o ciberativista David de Ugarte (2006), no livro "El poder de las redes", "o primeiro grande meio de comunicação distribuído da história, no qual desaparece de fato a capacidade de filtro: eliminar ou filtrar um nodo ou um conjunto de nodos não impedirá o acesso à informação. Ao contrário do sistema informativo descentralizado nascido do telégrafo, é impossível derrubar pontes [obstruir caminhos] e controlar a informação que chega aos nodos finais mediante o controle sobre alguns emissores... [Com a blogosfera] as mudanças na estrutura da esfera informativa colocam em xeque o sistema de representação política... Sob a emergência das redes distribuídas se desenha uma nova perspectiva social e política: um mundo de fronteiras esfumaçadas, sem mediadores profissionalizados e "necessários", sem elites filtradoras "insubstituíveis". A blogosfera avança características do que serão as novas formas de organização política..."
Devemos ter hoje (outubro de 2007) pouco menos de 90 milhões de blogs. Daqui a apenas 20 anos, poderemos ter algo em torno de 1 bilhão de blogs. Em 2027, quando a população mundial estiver por volta, talvez, de 7 bilhões e meio de pessoas, de cada duas residências, uma terá um blogueiro. Isso sem falar na evolução ou nas transformações das chamadas Web 2.0 e 2.1 que ainda virão, as quais podem ensejar novas formas de redes distribuídas, inclusive de natureza política, viabilizando a cyberdemocracy e o que já foi chamado de pluriarquia, quer dizer novas formas de democracia radicalizada (no sentido de mais-democratizada) que poderão se exercer em redes altamente distribuídas.
Alguns dizem que tais previsões (e hoje já são quase constatações) entram em conflito com a realidade da exclusão digital de bilhões de seres humanos. Assim, a taxa de crescimento dos blogs verificada até agora decrescerá por força do limite imposto pelas condições econômicas e culturais dos usuários; logo, as conseqüências políticas da emergência da blogosfera só se farão sentir em um futuro muito distante. Mas será?
Não bastaria que uma porcentagem significativa da população estivesse conectada na blogosfera para que o efeito desse ambiente informativo distribuído se fizesse sentir no conjunto da sociedade? (Um blogueiro em cada conjunto de cinqüenta residências – uma pequena quadra urbana – significa 24 milhões de blogs: ora, já ultrapassamos o triplo desse número).
Além disso, mesmo que a blogosfera não chegue a abarcar a maior parte da população, ela continuará crescendo com a convergência de tecnologias de informação e comunicação no telefone celular, que incorporará programas de e-mail e do qual se poderá operar blogs conectados a outros blogs, ou seja, ter acesso à blogosfera, sem computador inclusive. As conseqüências políticas do crescimento da blogosfera são difíceis de se prever agora. No entanto, como parece óbvio, a principal delas será a transformação do sistema de representação, isto é, de delegação de poder, tal como hoje se configura, abrindo caminho para novas formas de democracia.
Se você quiser saber mais sobre a blogosfera e como contribuir para expandi-la, faça sua inscrição no curso de formação política "Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade" clicando no link abaixo:
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PARTICIPAR DE MOVIMENTOS PELA ALFABETIZAÇÃO DEMOCRÁTICA
O QUINTO DESAFIO É multiplicar as oportunidades e ampliar os processos de educação e de capacitação política baseados na democracia. Ou seja, impulsionar, por todos os meios e modos, uma espécie de movimento pedagógico pela alfabetização democrática.
Nada ou quase nada aprendemos de democracia na infância ou na juventude, seja em casa, nas brincadeiras de rua com os amigos, na escola, na igreja, nas associações juvenis ou no esporte. Quando ficamos adultos, também não temos suficientes oportunidades de aprender e praticar a democracia no quartel, na universidade, no trabalho, nas entidades representativas ou em outras organizações da sociedade civil de que participamos.
Até o mundo político – incluindo os políticos tradicionais e seus partidos e as instituições públicas, como os parlamentos e os governos – é apenas semi-alfabetizado em termos democráticos; ou seja, dizendo de modo inverso, o mundo político é composto por semi-analfabetos democráticos. Quem tiver alguma dúvida, faça uma pesquisa tomando como universo as direções partidárias, o Congresso, as Assembléias Legislativas, as Câmaras de Vereadores e os órgãos públicos dos três níveis de governo, com perguntas simples sobre os pressupostos, os princípios, o significado estratégico e o valor da democracia: é muito provável que os resultados sejam impublicáveis.
Essa realidade decepcionante pode ser explicada. A democracia não é uma coisa "natural" no mundo em que vivemos. Apesar das declarações de amor à democracia, da parte dos políticos de todos os matizes, a palavra foi esvaziada do seu conteúdo. Tais declarações não refletem uma verdadeira conversão às idéias e às práticas democráticas. Pois aderir realmente à democracia não é uma coisa fácil: é preciso remar contra a corrente, contrariar a cultura política estabelecida e, não raro, negar o senso-comum.
O fato de, até agora, a democracia (como regime político ou forma de administração do Estado) ter sido experimentada - em algumas localidades - em apenas 7% da nossa história (durante 96 minutos, se tomarmos como referência 1 dia de 24 horas = 6 milênios), explica, pelo menos em parte, porque nossa formação democrática é ainda tão incipiente. Sim, desde que foi organizado o primeiro sistema político de poder vertical estável – provavelmente em alguma Cidade-Estado-Templo da antiga Mesopotâmia, talvez em Kish, na Suméria, por volta do ano 3.600 antes da Era Comum – tivemos apenas frágeis e fugazes experiências localizadas de democracia. De lá para cá, as diversas formas de Estado que se sucederam, as instituições públicas, as empresas e as demais organizações privadas da sociedade civil e, inclusive, as tradições espirituais – para não falar das ordens militares e religiosas – foram, em grande parte, autocráticas, não democráticas. Não é de estranhar que sejam tão altos nossos índices de analfabetismo democrático.
Se você quiser saber mais sobre a Alfabetização Democrática, faça sua inscrição no curso de formação política "Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade" clicando no link abaixo:
www.fiepr.org.br/redeempresarial/Research2141content34853.shtml
É isso aí. Julguei que o assunto era suficientemente relevante para justificar esta carta especial.
Até a 'Carta Rede Social 148' e um abraço do
Augusto de Franco
augustodefranco@gmail.com
4 de outubro de 2007.
Para ler as 'Cartas Rede Social', ex-'Cartas Capital Social' (e antigas 'Cartas DLIS') e outros textos de Augusto de Franco, publicados a partir do final de 2005, clique em www.augustodefranco.com.br
As Cartas Rede Social (ex-'Cartas Capital Social' e antigas 'Cartas DLIS') dos anos anteriores (2001 a 2005: 'Carta DLIS 1' a 'Carta Capital Social 97'), estão sendo progressivamente transferidas para o site acima, que ainda está em processo de reformatação.
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